"As leis de Lidia Pöet" é encantador. Atores lindos, italiano bem falado, figurinos de época fenomenais. Duas temporadas imperdíveis.
Ambas estão na Netflix. Torcendo muito e contando os segundos para que haja uma terceira, quarta, quinta temporada. Me encanto com cada detalhe da série italiana.
“As Leis de Lidia Poët (La legge di Lidia Poët), série de 2023, inspirada na história real da primeira advogada italiana homônima, é BACANÉRRIMA. Aqui é a Denise Correa.
A Lidia Poët real foi uma advogada italiana, a primeira mulher a ingressar na Ordem dos Advogados da Itália. Ela fez importantes contribuições para a implementação do direito penitenciário moderno e participou ativamente da organização do primeiro congresso de mulheres italianas realizado em Roma, em 1908. Poët nasceu em Turim (onde se passa a série) em 1855. Filha de um professor universitário e uma professora de piano, ela cresceu em um ambiente intelectualmente estimulante e desde cedo mostrou interesse pelo conhecimento. Seu pai apoiou seus estudos e desenvolvimento intelectual, o que era raríssimo para a época. Formou-se em Direito na Universidade de Turim em 1881. Ela morreu em 1949.
A Lidia da série é uma jovem audaciosa e LINDA, interpretada por Matilda De Angelis. Ela tem só 29 anos, é de Bolonha. Também fez o filme que parece que está na Netflix: A Incrível História da Ilha das Rosas (2020), outro que não sei onde procurar chamado Veloz Como o Vento (2016) e Atlas (2021) (cuidado, é italiano esse Atlas, não encontrei disponível por aqui tb). Sua personagem investiga assassinatos enquanto luta pelo direito de advogar, e vive à sombra do seu irmão, esse sim advogado mas não tão apaixonado pelo ofício quanto ela.
Os homens da trama não deixam nada a desejar. Todos excelentes atores. Pier Luigi Pasino é Enrico Poët, o irmão. Eduardo Scarpetta, sua paixão, Jacopo Barberis, e a novidade em sua vida na segunda temporada: Gianmarco Saurino que interpreta Pier Luigi Fourneau, o Procurador do Rei.
Li na página da AnsaIt Brasil (Agência Italiana de Notícias) um depoimento de um dos diretores da série, Mtteo Rovere, contando que não conseguiu muitas informações sobre a vida real da advogada que inspirou a série. Mas… "A série que nós escrevemos não é a história de sua vida. Poderia ser definida como um procedimento clássico, com os casos de destaque, os homicídios, as investigações e os jogos de cena finais. Mas, para além dos casos individuais, para além do mundo do fim dos anos 1800 que nós nos divertimos em reconstruir, para além dos julgamentos e dos encantos da nossa protagonista, o essencial para nós é o seu espírito - e quero usar uma palavra, a mais justa para defini-lo: anticonformismo", disse ele.
Tem tantos detalhes interessantes na história fictícia e muito bem contada dessa série. Aquela época em Turim, onde se passa a trama toda, estava em plena ebulição, se transformando a cada dia. A luz elétrica estava chegando, e a cidade foi a primeira da Itália a ter luz. Já se sabia como “descobrir” as digitais de alguém, usando um lencinho para pegar a impressão deixada num copo etc. Até o início do telefone e da imprensa são mostrados.
O figurino de Lidia, especialmente, é um capítulo à parte.. Segundo li, o guarda-roupa da protagonista foi inspirado nos tecidos da histórica Tessitura Luigi Bevilacqua de Veneza, onde até hoje se produzem veludos a mão por métodos centenários!
A reconstituição da época, com ruas, veículos, casas incríveis, foi muito bem feita. E outro feito dos produtores foi construir a primeira "máquina da verdade" com base nos desenhos originais italianos e também o muro externo da casa de Poët - que precisou ser montado e desmontado três vezes por conta da neve que caiu na cidade.
Resumindo, estou completamente apaixonada por "As leis de Lidia Poët”. Aqui compartilho uma entrevista com os protagonistas da segunda temporada contando como foi a experiência dessa continuação. Veja que lindos e interessantes esses três italiano…
Agora vamos ao trailer… Pra aumentar a vontade de quem ainda não assistiu…
E por fim, mas não menos importante, tenho que contar que estou VICIADA na trilha sonora. Diferente de alguns filmes ou séries de época que procuram focar em músicas também da época retratada ou em clássicos da música erudita (exceção a fofa “Bridgerton”), tem de tudo um pouco. Por falta de tempo, achei uma playlist dessas que fãs montam no Spotify, com 3 horas pra ouvir, e tenho ouvido. Nessa, tem de SZA, Miley Cirus, até rapper e produtor musical americano Tony K, Sam Smith, Harry Stiles, Shakira, Post Malone e Doja Cat, … enfim, bem eclética. Aqui a playlist…
Mas as minhas músicas preferidas (que não estão na playlist acima) salvei numa playlist no Spotify do Drops Bacanérrimas também, que compartilho abaixo. Mas antes vou falar um pouco sobre as minhas descobertas nesta trilha.
Mademoiselle K é uma banda de rock francesa com 4 integrantes que surgiu em 2007. A fundadora e líder é Katerine Gierak, e o nome do grupo é em sua homenagem. Katerine se interessou pequena, aos cinco anos já tinha aulas de música. Aos seis, aprendeu a tocar flauta, depois violão e guitarra clássica e elétrica. Foi no ensino médio que Katerine conheceu Annick Home que foi seu professor e se tornou também seu grande mentor.Suas maiores influências são o jazz e a música clássica.
Émilie Simon também é francesa, canta e compõe. Ela é bem conhecida na Europa, afinal fez a trilha sonora original do documentário francês A Marcha dos Pinguins (La Marche de l'Empereur) e, graças a isso, ganhou o prêmio César de melhor Trilha Sonora Original de 2006 e o prémio Victoires de La Musique. O seu primeiro álbum, intitulado somente Émilie Simon, também ganhou o Victoires de La Musique, em 2004, por melhor álbum de música eletrônica. Ela é muito comentada pelo estilo elegante, sentimental e principalmente experimental, porque usa instrumentos nada convencionais como furadeiras, copos com água etc nas suas composições.
Dom La Nena é gaúcha, mas vive na França desde os 18 anos. Canta, compõe e é violoncelista. Seu álbum de estreia, Ela, foi lançado em janeiro de 2013 (nos EUA e Canadá). Mas ela começou com Jane Birkin e Jeanne Moureau, fez turnê com ambas. Chique, né?
Rosemary Standley é cantora, musicista e atriz franco-americana. Mais conhecida por ter sido a cantora do Moriarty que eu gosto bastante (inclusive inclui uma música nessa playlist que não está na série). Tem vários projetos em paralelo e faz duplas, como a da música “Amarelinha” que eu destaquei na playlist, em que canta com Dom La Nena.
Nazaré Pereira é BRASILEIRA! Canta, compõe e também é atriz. Gravou 17 discos, cinco para o público infantil. Ela é do Acre, hoje já tem 83 anos. Em seu Instagram, com mais de 5 mil seguidores, ela se define como: “compositora ▪️Acre-Pará-Europa”.
Tomei a liberdade de acrescentar umas músicas sugeridas ou que gosto, poucas, nessa playlist que não são da série, mas estão no mesmo clima dela.
AGORA É ASSISTIR E OUVIR. Ah, e por favor, comentem se gostaram ou não e o que mais chamou sua atenção, OK! Beijos da Denise.